"Sintam-se acolhidos neste gabinete e juntos vamos dar uma assoprada nesta brasa. Quando o Ciro me procurou, escolhi este local para o ato porque a Presidência do Legislativo rio-grandense quer valorizar este importante movimento, pois eu tenho uma posição clara: em tempos de crise o que é público tem de ser valorizado, tem de ser fortalecido. Na década de 1990, a CEEE sofreu um esquartejamento quando 2/3 de sua estrutura foi privatizada sob os mesmos argumentos, a mesma toada que hoje utilizam, ou seja, vendê-la para pagar as contas do Estado. E o resultado, todos nós sabemos, não resolveu a crise. Não nos acovardemos, principalmente em nome daqueles que lutaram antes de nós". Foi com esta mensagem que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT), saudou os presentes ao ato de reinstalação da Frente Parlamentar pela Manutenção e Fortalecimento da CEEE, presidida pelo deputado pedetista Ciro Simoni, na quarta-feira, dia 22. O propósito da Frente é o de desenvolver todos os esforços possíveis na manutenção da companhia de energia como empresa pública do Rio Grande do Sul, com o governo do Estado sendo seu principal acionista controlador e responsável pela sua administração e gestão econômica, patrimonial e operacional.
A atividade, que lotou a sala de reuniões da Presidência do Parlamento, contou com a presença de deputados, sindicalistas, entre eles Milton Simas, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS), representantes de movimentos da sociedade civil organizada, centrais sindicais, associação de funcionários, engenheiros e eletricitários da estatal, ex-servidores, Fundação CEEE e ex-presidentes da empresa, como Gerson Carrion e Vicente Rauber.
"Este é um momento de reafirmação, de necessidade de nos mantermos organizados, principalmente por conta dos movimentos realizados pelo governo do Estado, que também por pressão do governo federal, quer privatizar ainda outras empresas de energia, como a CRM e a Sulgás. Sabemos que não é por ai que se resolve a crise, pois quando o então governo Antônio Brito (PMDB) vendeu grande parte da CEEE, deixando o passivo para o estado pagar, o argumento era o mesmo, era para saldar as contas do Rio Grande e realizar os investimentos necessários", frisou Ciro Simoni. O pedetista lembrou ainda da importância do setor energético para o desenvolvimento do estado e da luta que foi a criação da CEEE pelo ex-governador Brizola, "que dizia que era para que o RS caminhasse com as próprias pernas".
Ao fim da atividade política, o presidente da ALRS fez questão de ressaltar aos presentes que eles tinham "o apoio e a certeza de que a presidência da Casa dará eco ao grito de vocês nas ruas. Defender o patrimônio público é defender o nosso Estado".
Fonte: Marcelo Antunes / Assembleia Legislativa