No dia 23 de setembro de 2014, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul completou 72 anos de trabalhos prestados à comunidade e aos comunicadores gaúchos. Entidade representativa dos jornalistas, criada para defender os interesses da categoria, o SINDJORS identifica-se também com a defesa de causas sociais e luta por avanços trabalhistas e para a sociedade, através dos grupos de trabalho e núcleos que utilizam o espaço físico e a visibilidade do Sindicato para desenvolver suas atividades.
História
Em 21 de novembro de 1941, um grupo de jornalistas, de escritores e trabalhadores de jornais, revistas e editoras reuniu-se na antiga sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e fundou a Associação dos Trabalhadores em Empresas Jornalísticas no Rio Grande do Sul. Um ano depois, conquistou o status de entidade de classe, passando a se chamar Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre, e tendo como primeiro presidente o jornalista Arlindo Pasqualini.
No ano de 1984, a entidade recebeu o nome de Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul, e em 2004 incorporou os jornalistas da cidade de Passo Fundo, estendendo sua base para todo o território estadual. Filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), possui sede própria, no centro de Porto Alegre (Rua dos Andradas, 1270, 13º andar), cinco delegacias regionais em atividade (Vale dos Sinos, Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo e Rio Grande) e a criação de outras duas sendo articulada.
Galeria de presidentes
A representação da entidade sempre foi realizada por jornalistas atuantes no mercado gaúcho e com força para lutar pelos ideais que norteiam a atividade profissional. Entre eles está João Borges de Souza. Presidente do Sindicato dos Jornalistas entre 1974 e 1976, membro da diretoria em outras gestões e com passagem pela diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), teve sua carreira marcada, ainda, por passagens em momentos importantes da imprensa gaúcha, como o da fundação e consolidação dos jornais Última Hora e Zero Hora.
A gestão de João à frente do Sindicato dos Jornalistas foi marcada pela aproximação da entidade com os movimentos estudantis, que mantinham um posicionamento claro contra o regime militar, que passava pelo momento de maior fechamento político. “Aquele período foi muito rico em experiências”, comenta. “Havia uma atuação constante para se reconquistar direitos, e esse trabalho local refletiu no âmbito nacional”, lembra, fazendo referência à união com jornalistas de outros estados almejando representatividade na direção da Fenaj. Da atuação que a entidade manteve nos anos 1970, o ex-presidente também destaca o respaldo que tinha frente à própria categoria e à sociedade.
No dia em que o Sindicato dos Jornalistas completa 72 anos, o recado de João é para que a base não esqueça a história de lutas e conquistas ao longo do tempo. “A entidade se fortaleceu até mesmo nos períodos mais difíceis, graças à postura de não aceitar a intervenção política”, recorda. Para os jornalistas em atividade hoje, o recado é para que apóiem a entidade para receber em troca um bom trabalho.
Integrante da atual diretoria da Fenaj, José Carlos Torves esteve na presidência do Sindicato dos Jornalistas por dois mandatos, entre 2001 e 2007. Uma das realizações mais importantes deste período, na sua visão, foi a pauta da interiorização, prioridade da gestão. Nesta época, havia dois sindicatos representando os jornalistas no Rio Grande do Sul, um deles atendendo exclusivamente a Passo Fundo. Foi com o trabalho de aproximação com o interior que a base aceitou a proposta de incorporar a entidade ao Estado.
“O sindicato também voltou a ter uma ligação muito forte com os movimentos sociais, além das questões específicas da categoria”, destaca. Sobre a relação com a Federação dos Jornalistas, Torves entende como essencial. “Os grupos econômicos que comandam a mídia hoje estão cada vez mais integrados e para fazer frente a isso é fundamental a união entre os sindicatos”, explica, além de considerar primordial o debate sobre a democratização da comunicação e a reforma política. “Também é conquista dos sindicatos, junto com a Federação, o texto das novas diretrizes curriculares para o curso de Jornalismo e a luta que mantemos no congresso pela validade do diploma como único meio para o exercício da profissão”, aponta Torves.
Sobre o aniversário da entidade, Torves comenta que “essa data representa a luta pela democratização da comunicação, pela redemocratização do país e tudo isso faz parte da história do Sindicato”. O ex-presidente defende que a categoria esteja sindicalizada para enfrentar um patronato. “Só os jornalistas juntos, agregados ao Sindicato, são capazes de enfrentar todas as dificuldades que advêm dos proprietários dos veículos de comunicação”, conclui.
Primeiro trabalhador do meio sindical a comandar a entidade, Milton Simas, atual presidente da entidade, tem atuado para resgatar a presença do Sindicato dos Jornalistas junto aos segmentos da sociedade. Também está entre as prioridades de ação da atual diretoria, para a gestão 2013/2016, ampliar a relação com a sua base na capital e interior do Estado.
“Nosso principal desafio é fazer com que o jornalista se sinta integrado a uma classe trabalhadora, e a partir dessa concepção ele venha participar de sua entidade, sugerindo, se sindicalizando, tudo pra que tenhamos uma entidade mais critica e com mais representatividade”, destaca. O presidente lamenta a redução nos postos de trabalho do Estado observada este ano, praticadas expressivamente pelo Portal Terra e pelo Grupo RBS, além de demissões pontuais em outros veículos. “Por este motivo a data é mais do que válida para que a categoria se conscientize da necessidade de fortificar sua entidade de classe”, finaliza Simas.
Fonte: Imprensa/SINDJORS
Publicada em 24/09/2014 18:38