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Encontro com jornalista canadense na Feira do Livro

A jornalista canadense Isabel Vincent participou nesta segunda-feira, dia 10, do encontro promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul na Feira do Livro de Porto Alegre. Repórter investigativa, ela já trabalhou no Brasil e hoje atua no diário americano New York Post. Também publicou alguns livros sobre investigações que realizou.
 
Ao lado dos jornalistas gaúchos André Pereira, Luciana Kraemer e José Antônio Silva, Isabel falou que aprendeu a ser jornalista no Brasil. Em relação ao conteúdo, apresenta um paralelo a cidade de Nova Iorque e o que conhece da realidade brasileira. “Lá se fazem matérias duras, que saem na capa dos jornais, e nada acontece”, observa. Ainda assim, reconhece que os Estados Unidos é o país onde os jornalistas têm mais liberdade para investigar e publicar, em comparação com o Canadá e Inglaterra, por exemplo. 
 
Isabel também destaca o controle da empresa onde atua quanto ao uso da internet. Por vezes entendendo como uma grande exigência de seus editores, a jornalista acredita que é preciso ir até a fonte pessoalmente e conferir se a informação está correta. “Trabalhei aqui (Brasil) antes do google e sigo fazendo jornalismo da mesma maneira”, comenta.
 
Autora de livros como Gilded Lily: Lily Safra, a Formação de uma das Viúvas mais Ricas do Mundo (Harper, 2010), e Uma Questão de Justiça (Editora Record, 1995), a canadense fala da dificuldade em conciliar o emprego no jornal com a pesquisa. “Não acho certo, pois a atenção fica dividida entre os dois trabalhos, mas não dá para fazer só um”, destaca. Além deste, outro problema enfrentado pela jornalista é uma política do grupo de comunicação onde trabalha. Todo o material que escreve é submetido à avaliação de um advogado, que identificará a possibilidade de que resulte em um processo e, assim, seja alterado antes da publicação. “É um tipo de censura ou pré-censura”, aponta.
 
No debate, a jornalista respondeu a questionamentos do público, em sua maioria jornalistas, sobre questões atuais no contexto brasileiro, como a democratização da mídia e a regulação econômica dos meios de comunicação. Isabel também apresentou seu ponto de vista sobre o trabalho dos repórteres investigativos que, na sua percepção, estão saindo dos jornais, e a tendência de se produzirem livros sobre grandes reportagens de assuntos que demandem investigação e pesquisa.
 
 
Fonte: Imprensa/SINDJORS
Publicada em 11/11/2014 17:52


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