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Novo papel profissional do jornalista centraliza debate em Gravataí

No sábado, dia 22, Gravataí recebeu o Seminário Valorização do Jornalismo. Promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS), através da Delegacia Regional do Vale do Gravataí, a atividade contou com a participação de profissionais que atuam em veículos de imprensa e assessorias da região, tendo como painelistas os professores Mário Rocha, da UFRGS, e Daivison Moraes, da Ulbra.
 
Em sua fala, na abertura do evento, o presidente do Sindicato, Milton Simas, levantou um questionamento sobre o que está sendo falado nas universidades para os novos jornalistas, tanto sobre as mudanças da profissão quanto sobre a valorização profissional.
 
O professor Deivison Campos, coordenador do Curso de Jornalismo da Ulbra, apontou que a maioria dos jovens busca fama por meio do Jornalismo. "Insisto que eles precisam saber muito das técnicas e das linguagens e que Jornalismo não tem receita. É um lugar de ingredientes, de transformações", alertou.
 
Os desafios impostos pelo mercado e os caminhos do Jornalismo pontuaram a fala de Deivison. Mestre em História Social e doutor em Ciências da Comunicação, o panelista pediu o reposicionamento do Sindicato na busca de aproximação com a categoria e proposição de soluções para a atuação de jornalistas que são levados a atuar também como publicitários e relações públicas por força das mudanças sociais. "Somos a geração de transição entre a linearidade do texto para a lógica da multicomunicação, do vivo, onde todos têm acesso à produção de conteúdo", conclui.
 
Professor da Fabico há 30 anos, Mário Rocha acredita que os jovens de hoje são mais ativistas do que na época em que começou a dar aula, pois desejam transformações sociais e querem ser protagonistas. Sobre as mudanças, Rocha prevê o fim das revistas semanais. "Haverá uma simbiose entre digital e impresso até que a geração nascida nessa década seja dominante", afirmou.
 
Para Mário, que é mestre em Educação Ambiental e diretor do Departamento de Políticas Ambientais da Associação Rriograndense de Imprensa, a pressa na publicação, em nome da objetividade, leva a erros e consequente perda de credibilidade do jornalista. "A informação tem que estar disponível quando estiver correta e verificada."
 
Ele também comentou que a primeira grande crise do Jornalismo no Sul foi a quebra da Caldas Junior há cerca de 40 anos. A segunda foi a modificação tecnológica que levou ao fim da discussão hierarquizada da informação. Ou seja, o fim das editorias e, com isso a generalização e banalização da informação. "Educação, Saúde e Comunicação não deveriam enriquecer ninguém. O lucro destes setores deveria ser reinvestido na sociedade e não direcionado há poucas famílias, como negócio” destacou o professor Mário.
 
 
Fonte: Imprensa/SINDJORS com informações de Leandro Nazari de Melo
Publicada em 24/11/2014 14:32


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