No início deste ano, o professor e escritor Alcy Cheuiche assistiu a uma palestra sobre democratização da comunicação, com o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Augusto Schröder. Nesse momento surgiu o convite para que o dirigente e professor universitário ministrasse uma aula na Oficina de Criação Literária.
O tema das oficinas neste ano é A História da Imprensa no Rio Grande do Sul e no Brasil. Na noite desta terça-feira, dia 4, os alunos puderam construir, através da fala de Schröder, uma linha do tempo imaginária sobre o surgimento dos veículos de comunicação no Estado e no País, seu posicionamento político e o efeito de decisões passadas na maneira como nos relacionamos com a mídia hoje.
O presidente da Fenaj, também professor do curso de Jornalismo na PUC-RS, comenta que a imprensa no Brasil é tardia em relação aos países vizinhos. Ele lembra que a condição de subordinação à coroa portuguesa deixou, por muitos anos, “a marca de imprensa oficial”.
Schröder segue com explicação sobre o Jornalismo político e o modelo econômico de negócio, adotados em momentos distintos e que refletem os interesses dos grupos que o mantém. Também a participação das empresas de comunicação no golpe militar de 1964 foi lembrada pelo jornalista. Ele salientou, ainda, que os veículos que apoiaram a ditadura nos primeiros anos “desembarcaram dela não pela censura, mas por motivos econômicos”.
Democratização da mídia
Um importante ponto do debate com os alunos tratou de assuntos atuais, como as concessões e a necessidade de legislar sobre os meios de comunicação no Brasil. “A redemocratização nos deixou a herança da censura e desregulamentação da mídia”, opina. Para Schröder, a imprensa não foi contemplada com a democratização conquistada a partir da Constituição Federal de 1988 justamente por ter sido participante desse processo.
“Qualquer liberdade, para ser liberdade, deve ser garantida”, destaca, ao finalizar sua defesa sobre o tema. Instigado por Cheuiche a falar sobre o diploma para o exercício do Jornalismo e a formação que as faculdades oferecem, Schröder se colocou à disposição para retomar o debate no futuro.
Oficina Literária faz pesquisa de campo
A Oficina de Criação Literária realiza neste mês uma viagem ao município de Piratini, capital do Estado durante a Revolução Farroupilha, onde os alunos irão realizar pesquisas de campo sobre a imprensa gaúcha. O curso é uma parceria entre o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS). O trabalho se concluirá com a publicação de um livro de contos, a ser lançado na Feira do Livro de Porto Alegre.
Fonte: Imprensa/SINDJORS
Publicada em 05/05/2015 20:28