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Sindicato dos Jornalistas denuncia casos de assédio na Fundação Piratini

   Os problemas de relacionamento relatados ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) pelos servidores de carreira da Fundação Piratini (TVE e FM Cultura), foram apresentados à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira, dia 3 de junho. 
   O presidente da SINDJORS, Milton Simas, iniciou sua fala agradecendo o espaço e lembrou que o assédio é um problema que afeta colegas em todos segmentos, seja em órgãos públicos ou privados, tanto da capital quanto do interior do Estado. A utilização do espaço na CCDH se deve à natureza da denúncia, que atinge os servidores estaduais da Fundação Piratini.
   “Os nossos colegas da estão sofrendo desde o início deste ano”, destacou o presidente. Ele informou as ações realizadas pelo Sindicato desde que tomou o conhecimento da causa. Na tentativa de solucionar o problema de maneira diplomática, realizaram-se audiências com a presidenta da Fundação, Isara Marques, e com o diretor-geral da Secretaria de Comunicação do Estado, Orestes de Andrade Jr.
   Orientado a levar o caso ao Conselho Deliberativo da instituição, os diretores do SINDJORS obtiveram como resposta que se trata de casos pontuais. “Depois de todas as tentativas infrutíferas, estamos aqui para pedir ajuda desta Assembleia Legislativa”, disse Simas. “Eu também sofro com os problemas sofridos pelos colegas, pois sou jornalista e não psicólogo”, desabafou.
   Rotulados profissionalmente, julgados pela condição de concursados e por sua orientação política, os servidores sentem o reflexo desta perseguição não só no ambiente de trabalho, mas também em sua vida social, familiar e conjugal. Em alguns casos, conforme relatou Simas, os depoimentos de colegas se referem à falta de motivação para retornar ao trabalho, adoecimento físico e psicológico, que afetam as relações pessoais e sociais.
   Simas finalizou sua participação solicitando a criação de um Grupo de Trabalho para dar encaminhamento ao caso. O presidente da CCDH, deputado Catarina Paladini (PSB), sugeriu o encaminhamento da questão ao Estado, proposta aceita pelos demais integrantes da Comissão.
 
Parlamentares elogiaram a iniciativa do Sindicato
   Para representar os casos de assédio moral enfrentados pelos servidores da Fundação Piratini, o Sindicato dos Jornalistas recorreu à arte, dramatizando cenas a partir dos relatos prestados pelos profissionais da instituição. A manifestação artística, contudo, não agradou a um deputado presente na sessão. Para Marcel Van Hattem (PP), o espaço concedido à entidade deveria ser utilizado somente por um de seus representantes.
   Para os demais parlamentares, a intervenção deve ser elogiada. Jefferson Fernandes (PT) citou como exemplo a encenação realizada durante uma audiência, que igualmente não agradou a todos os espectadores. Em sua opinião, todas as formas de representação que dialoguem com o espaço público devem ser respeitadas. A deputada Mirian Marroni (PT) considerou lamentável a interrupção feita por Van Hattem, o que representaria a falta de compreensão para o problema que estava sendo relatado.
   O deputado Álvaro Boessio (PMDB) relatou que sua experiência como sindicalista o leva a se solidarizar com os casos de assédio moral enfrentados na Fundação Piratini, e colocou-se à disposição para levar para outras instâncias do Governo Estadual. Para o deputado Pedro Ruas (PSOL), situações como estas, quando enfrentadas por jornalistas, nem sempre recebem a devida atenção. Para ele, a denúncia pode levar a novos casos de assédio, mas é importante que se faça o enfrentamento, na tentativa de buscar a sua resolução.
 
 
Texto: Bruna Fernanda Suptitz / Imprensa SINDJORS
Publicada em 03/06/2015 14:43


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