Notícias


Em retaliação ao Governo, Polícias Civil e Militar evitam a divulgação de ocorrências à imprensa

   O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) manifesta preocupação com a postura das Polícias Civil e Militar como reação ao parcelamento dos seus salários por parte do Governo do Estado. Em assembleia geral conjunta, realizada na noite de quinta-feira, dia 6 de agosto, as associações dos Delegados de Polícia (ASDEP) e a dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM) adotaram, entre outras medidas, não divulgar informações de Polícia Judiciária e Polícia Preventiva, evitando gerar mídia positiva ao Governo.
   Tal atitude vem prejudicando consideravelmente o trabalho dos profissionais de imprensa em todo o Estado. Sem poder contar com informações oficiais, os jornalistas precisam recorrer a terceiros e fontes não oficiais, abalando a credibilidade do trabalho prestado pelos veículos de comunicação. O Sindicato dos Jornalistas pede que as associações reavaliem a postura, evitando prejuízos ao desempenho da função dos comunicadores, buscando outras maneiras de manifestar sua revolta contra o Executivo.
   Reiteramos nossa solidariedade com a situação em que se encontram os servidores públicos estaduais, que após um mês de trabalho dedicado ao Governo se depararam com o parcelamento de seus salários, em uma clara demonstração de desrespeito e desvalorização do trabalhador. Contudo, é preciso ressaltar a relação mantida entre estas instituições – polícias civil e militar e setores da imprensa –, muitas vezes parceiras na divulgação e busca por solução de ocorrências de maior gravidade.
   Cientes do direito que todo cidadão tem de querer ou não publicizar o delito ao qual foi vítima, e também cientes da necessidade de, em determinados casos, se manter sigilo no serviço de investigação policial, o SINDJORS entende que a medida é prejudicial não só para o Governo. Conforme destaca o presidente da entidade, Milton Simas, “a polícia faz a sua parte e nós, como jornalistas, contribuímos para a manutenção deste elo, que em muitas vezes contribui de forma decisiva para a elucidação de crimes e a prisão de criminosos. Com tal decisão todos perdem: vítimas, polícia e o jornalismo”.
   Em contato com Simas, a presidenta eleita da ASDEP, Nadine Tagliari Farias Anflor, ressalta que a relação mantida entre imprensa e polícia. Ela esclarece que a proposta deliberada na assembleia geral não impede a divulgação de informações imprescindíveis para o atendimento da população, mas percebe que a interpretação de alguns profissionais da classe policial tem dificultado o acesso à mesma. Nadine se colocou à disposição para conversar com o Sindicato dos Jornalistas ainda esta semana, em busca de um denominador para que os colegas não sejam prejudicados no exercício de seu trabalho.
 
 
Fonte: Imprensa/SINDJORS
Publicada em 10/08/2015 21:00


Copyright © SINDJORS. Todos os Direitos Reservados.