Em audiência pública no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira, dia 3, que contou com a participação do Sindicato dos Jornalistas do RS (SINDJORS), funcionários públicos estaduais discutiram os projetos de reestruturação administrativa orquestrados pelo governo Sartori. Teme-se uma nova onda de venda do patrimônio público, semelhante a que ocorreu no final dos anos 1990, e de extinção das fundações estaduais.
“As notícias que temos são extremamente preocupantes. Acredito que só uma grande mobilização social será capaz de acabar com a humilhação a que os servidores estão sendo submetidos e barrar a entrega do patrimônio público”, defendeu Nelsinho Metalúrgico (PT), que preside a Comissão.
Durante cerca de três horas, representantes de diversas categorias se revezaram no microfone para denunciar medidas que já estariam em andamento para “sucatear empresas antes de entregá-las à iniciativa privada” e para demonstrar que muitos dos órgãos públicos que estão na mira das privatizações são rentáveis e alimentam os cofres do Estado.
Em nome da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, a deputada Stela Farias (PT) fez um apelo para que o funcionalismo construa uma unidade em torno da defesa das funções públicas do Estado e dos direitos dos trabalhadores. “Vivemos uma situação pior do que nos anos 90, de profundo ataque aos direitos sociais e de redução do Estado, associados a uma campanha sem tréguas para gerar aversão à atividade política”, ressaltou.
Para ela, os servidores precisam sensibilizar a sociedade, “que está sob o efeito de uma manipulação brutal que a faz acreditar que o setor público é ineficiente, caro e corrupto”.
No final do encontro, os servidores aprovaram um Manifesto ao Povo Gaúcho, em que denunciam a intenção do governo de privatizar estatais e extinguir fundações. Também foram aprovadas a realização de audiências públicas no interior para discutir o tema e a adesão do funcionalismo gaúcho à paralisação nacional marcada para o dia 11 de novembro, que está sendo convocada por seis centrais sindicais. “Precisamos unificar a luta contra o desmonte do patrimônio do Rio Grande do Sul, que não é do governador, mas da sociedade gaúcha. Os órgãos que estão na mira do governo são de enorme importância para a população”, salientou Pedro Ruas (PSOL).
Fonte: Agência de Notícias ALRS