A importância das fundações gaúchas foi ressaltada no Grande Expediente da Sessão Plenária desta quarta-feira, dia 14, realizado na Praça da Matriz. O orador no período, deputado Pedro Ruas (PSOL), fez esta opção a partir da negativa de permissão para que os servidores públicos acompanhassem o discurso nas galerias da Assembleia Legislativa: “se os servidores não podem entrar na Assembleia, eu saio. Eu não posso imaginar um ato sobre as fundações sem os servidores presentes”.
“Existem outras maneiras de conseguir os recursos. Por exemplo, extinguindo o Tribunal de Justiça Militar, acabando com a sonegação”, salientou Ruas, contrário ao pacote de cortes apresentado por Sartori. Além dele, discursaram servidores das diversas fundações que correm o risco de serem extintas e representantes de sindicatos. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS) acompanhou o ato.
Denúncia de manobra de Sartori para garantir voto favorável a pacote
O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) subiu à tribuna do Parlamento, na tarde desta quarta-feira, dia 14, para alertar para o que considera “mais um golpe do governo Sartori com o objetivo de aprovar o pacote de medidas de ajuste fiscal sem o devido debate com o povo gaúcho”. O parlamentar denunciou que a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa (CCJ) antecipou a reunião ordinária, que seria realizada na próxima terça-feira, dia 20, para esta quinta-feira, dia 15, às 13h. A “manobra” teria o intuito de efetivar a cassação do mandato do deputado Mario Jardel (PSD) e, com isso, viabilizar a posse de um novo deputado, favorável ao pacote, que poderá votá-lo normalmente na quinta-feira (15) ou mais tardar na semana que vem. “O fato de a Casa Legislativa ter sido fechada para o povo gaúcho já era um golpe na democracia. Agora, temos mais esta manobra de Sartori para votar o pacote de maldades longe dos olhos e da fiscalização do povo gaúcho”, afirmou.
Jeferson também denunciou que, a partir desta quarta-feira, os acessos à Assembleia Legislativa e à Praça da Matriz estarão cercados pela Brigada Militar e pela Força Nacional. “É lamentável que se utilize esses servidores, que deveriam estar garantindo a segurança da população, justamente para afastar essas pessoas do seu direito de fiscalizar as nossas atividades no Parlamento”, disse ele, que se indignou: “ao menos assumam (deputados da base do governo) que esta manobra tem o único objetivo de garantir mais um voto a favor do pacote”.
O petista entende que, ao encaminhar projetos em regime de urgência, restringir o acesso da população ao Legislativo e acelerar a cassação de Jardel, o governo Sartori é quem estimula animosidade. “As pessoas que estão vindo para as manifestações na Praça da Matriz são trabalhadoras. Se a Casa organizar a entrada e a participação desse público, eles virão de forma ordeira acompanhar as sessões”, disse. Ele crê que a atitude governo é irresponsável: “este tipo de jogada, de manobra é que provoca a violência, a ira das pessoas. Ao usar destes métodos escusos, estamos jogando no lixo o pouco de representatividade que ainda temos. Afinal, fomos eleitos para representar essas pessoas que hoje impedimos de conversar conosco”.
Fonte: Assembleia Legislativa