Foram 30 votos que selaram o destino de seis fundações importantes para o Estado, entre elas a Piratini, responsável pela TVE e a FM Cultura. Enquanto os privilégios de poucos seguem inatingíveis, mais de mil funcionários ganharam como presente de Natal a demissão. O descaso do governo Sartori e do Legislativo, que combatem a crise com crise, segue fazendo vítimas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) repudia mais essas perdas para a sociedade gaúcha. Em especial a da comunicação pública, que historicamente é tratada com desprezo no país e morre pelas mãos de quem nem ao menos sabe dissociar o público do estatal, o que é do povo por direito.
Cerca de 200 servidores, entre jornalistas e radialistas, acompanharam de longe, desolados, a votação dos seus futuros. A Assembleia Legislativa, que deveria ser a casa do povo, foi cercada pela Brigada Militar. Ao invés de serem ouvidos, receberam gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.
Um tema tão importante, que deveria ser discutido com a população, foi enviado e decidido às pressas. Durante dois anos, o Executivo assistiu sem reação alguma ao agravamento de problemas antigos. Como solução, trouxe um pacote de cortes para desmontar o Estado.
O SINDJORS lamenta profundamente que a nossa categoria esteja entre as mais afetadas. Como fazer um jornalismo de qualidade quando profissionais são demitidos em massa, as condições de trabalho são precárias e a comunicação deixa de ser pública?
Dois mil e dezesseis foi um ano difícil para todos. Daqui para frente é preciso ainda mais união. O Sindicato reforça o seu apoio aos profissionais da TVE e da FM Cultura e tomará todas as medidas possíveis contra ato tão desumano do Governo do Estado.
Imprensa / Sindjors