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Record RS demite cinco funcionários nesta semana e preocupa Sindicato dos Jornalistas

A Record TV demitiu, nesta semana, quatro repórteres e uma produtora. Segundo o presidente-executivo da empresa, Reinaldo Gilli, os cinco profissionais foram desligados devido a uma reformulação do departamento de jornalismo para 2017, pensada desde a metade do ano passado e posta em prática agora.

 

Além disso, Gilli ressalta que não se trata de cortes e sim substituições, sendo que novos jornalistas estão sendo contratados; e que a ação não tem “relação alguma com o episódio de outubro”, quando os funcionários da empresa paralisaram as atividades.

 

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS), Milton Simas, a decisão do grupo é preocupante, “uma vez que a própria empresa reuniu a nossa entidade e a dos radialistas para informar que estava atendendo às reivindicações feitas à época. Passado um período, coincidentemente alguns dos colegas que participaram do movimento foram mandados para a rua sem uma justificativa clara. Também é preciso levar em conta o atual momento de cortes de postos de trabalho em nosso mercado”.

 

“É curioso as pessoas que encabeçaram o movimento tenham sido as demitidas. Foi algum tipo de resposta para tentar silenciar a ideia de mudanças e melhorias que eram pregadas”, fala Frederico Silva Vilhar, repórter que protagonizou o vídeo reivindicando melhores condições de trabalho. Além dele, outros três profissionais que apareceram na gravação foram demitidos.

 

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Perguntado pelo SINDJORS sobre os critérios utilizados para a escolha de quem seria demito, o diretor de Jornalismo Rodrigo Falcão afirma que é o “normal de funcionamento: uma decisão a partir do projeto deste ano de 2017. A gente vê as pessoas que se enquadram neste projeto”.

 

“Não tenho dúvida alguma de que é retaliação. As cabeças que realmente apareceram foram demitidas”, desabafa o repórter Luiz Antonio Barbará, também na lista dos cinco desligados.

 

Caso Barbará

 

O repórter Luiz Antonio Barbará, que foi mantido em cárcere privado em um galpão da empresa Sola Componentes e Calçados, durante uma reportagem, em novembro do ano passado, alega que sua demissão é injurídica, pois não há “como demitir uma pessoa em tratamento médico, com perícia marcada”.

 

“A gente percebe que não há nenhuma intenção dele de abandonar o serviço. Ele queria ficar um período junto à Previdência e retornar. Ocorre que a empresa não fornece o documento para que seja feita a perícia”, salienta João Pedro Lopes Jacobi, auditor fiscal do Ministério do Trabalho.

 

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Gilli afirma que “a empresa segue rigorosamente o que a lei determina” e que o “profissional não apresentou a documentação correta e não tem como abrir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)”.

 

“Desde o episódio, estou fazendo tratamento psicológico”, declara Barbará, que também diz que está “com laudo médico desde 23 de dezembro e até agora a empresa não se manifestou. Estão burlando lei, burlando justiça, fazendo tudo errado”.

 

Imprensa / Sindjors

Publicada em 12/01/2017 19:40


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