A Federação Nacional dos Jornalistas lançou nessa quinta-feira, dia 12, no Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa 2016. O levantamento da FENAJ, feito em parceria com os Sindicatos de Jornalistas, aponta um crescimento de 17,52% no número de casos de agressões, em relação ao ano anterior. Foram 161 casos de violência contra a categoria, 24 a mais do que os 137 casos registrados em 2015.
Produzido pela FENAJ com informações dos Sindicatos de Jornalistas desde 1998, o Relatório de Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa é um importante instrumento de denúncia pública dos crimes cometidos contra os jornalistas no exercício de sua profissão. “A violência contra jornalistas é claramente uma forma de tentar impedir que as informações de interesse público circulem livremente e que os cidadãos e cidadãs brasileiros tenham conhecimento da realidade dos fatos”, destaca o documento em sua apresentação.
Os dados relativos ao balanço de 2016 registram dois casos de assassinatos de jornalistas no exercício da profissão e cinco assassinatos de outros comunicadores, que são citados para registro, mas não são somados aos números totais de casos de violência contra jornalistas.
A agressão física foi a violência mais comum em 2016, repetindo a tendência dos anos anteriores. Houve 58 casos, nove a mais que no ano anterior. Mais uma vez grande parte das agressões físicas foi registrada em manifestações de rua. O relatório também traz 26 casos de agressões verbais , 24 de ameaças/intimidações, 5 de atentados, 3 casos de censura, 18 cerceamentos à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais, 13 impedimentos ao exercício profissional, 10 casos de prisões, detenções ou cárcere privado e duas situações de violência contra a organização sindical da categoria.
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Os 161 casos de violência contra a categoria vitimaram 222 jornalistas, visto que em várias ocorrências, mais de um profissional foi agredido. Consta no relatório também, como registro, o acidente com o avião da LaMia na Colômbia, que transportava a delegação da Chapecoense do qual 22 profissionais de imprensa foram vítimas fatais. Foi o acidente com o maior número de jornalistas mortos da história.
Região Sul
A Região Sul, que historicamente registrava baixos índices de violência contra jornalistas, em 2016 foi a segunda mais violenta. Foram registrados 30 casos de agressões contra a categoria, 18,63% do total. Os três Estados da região registraram números idênticos de ocorrências: dez cada.
Os agressores
Mantendo a tendência verificada nos últimos três anos, as agressões contra jornalistas tiveram como principais autores os policias militares e/ou os guardas municipais/metropolitanos. Eles foram responsáveis por 41 (25,47%) dos 161 casos registrados.
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Fonte: FENAJ