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Juíza que proibiu extinção de cinco fundações sem acordo coletivo é hostilizada na internet

A juíza do trabalho Valdete Souto Severo, responsável pela decisão em 1ª instância que suspendeu a demissão de servidores de cinco fundações estaduais diante do fato de que o governo não conduziu uma negociação coletiva com os trabalhadores, sofreu ataques na internet.

 

Apesar de não ter sido a única a determinar a suspensão, Valdete foi o principal alvo de agressões. Fotos suas circularam com adjetivos como “juíza de merda”, “puta safada”, “vagabunda”. O site Jornalivre, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), qualificou sua decisão como “de extrema esquerda” e afirmou que a “elite jurídica” e os sindicatos “pisam no povo”.

 

“É uma total falta de respeito com a magistrada. As pessoas, independentemente da opinião, não têm o direito de hostilizar os outros. Se ela tomou esta decisão, certamente é a mais correta na defesa dos trabalhadores”, comenta o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS, Milton Simas.

 

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Em nota oficial, a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV) manifestou apoio às decisões tomadas pelos juízes do trabalho e repúdio à perseguição conduzida em redes sociais por parte de apoiadores do pacote proposto pelo governo de José Ivo Sartori (PMDB).

 

“Um dos pilares da democracia é a independência do Judiciário. Como consequência, os juízes devem garantir que as Leis sejam cumpridas, independentemente do governo da ocasião. Cuida-se formalmente de prerrogativa da magistratura, mas com objetivo principal de defesa da própria sociedade, que se sofre abuso de alguns dos Poderes, recebe socorro do Judiciário”, ressalta o documento, que também “repudia veementemente a misoginia demonstrada em rede social sobre decisão juridicamente fundamentada de uma mulher e magistrada no exercício de sua missão constitucional”.

 

“A intensidade e a agressividade das manifestações contra a decisão, sem sequer fazer alusão aos termos dela, mas centrando forças em ofensas pessoais e misóginas mostra que o direito social realmente enfrenta um período de franca oposição e todos aqueles que o defendem estão na mira de quem o quer destruir. Esse episódio que ocorreu comigo já se repetiu com outros colegas. Estamos vivendo um momento de caça às bruxas bem perigoso”, afirmou Valdete em entrevista para o Sul21.

 

Clique aqui para ler a entrevista na íntegra.

 

Imprensa / Sindjors

Publicada em 17/01/2017 14:49


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