Após mais de cem anos de circulação, o Correio Riograndense deixará de ser impresso. Por decisão da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul, a última edição em papel será a do dia 8 de fevereiro. Após essa data, o conteúdo estará disponível apenas online e, conforme nota do veículo, será diferente, com atenção a notícias factuais e integrado às emissoras de rádio administradas pelos freis capuchinhos (RedeSul e Rede Maisnova).
“Compreendo a necessidade de se adequar a esse novo modelo de consumo de informação pela internet, mas é difícil aceitar o fim do jornalismo impresso no CR. É um jornal que dialoga muito forte com pessoas do interior, de vida no campo, um público leitor fiel e idoso, onde muitos sequer usam a internet. Solidariedade aos leitores e aos colegas jornalistas, diagramadores e outros profissionais que vão perder seus empregos”, diz Roberto Carlos Dias, diretor da Delegacia Regional da Serra Gaúcha, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS).
“Muito triste o fim de um dos jornais mais antigos ainda em circulação. O CR tem suas raízes na cultura da Serra Gaúcha. Um veículo que, ao longo de sua trajetória, lutou pela preservação da memória coletiva, desde a colonização até a atualidade”, desabafa Kamila Zatti, secretária da Delegacia Regional da Serra Gaúcha.
Fundado em 1909, o jornal iniciou como La Libertà, editado pelo sacerdote diocesano Pe. Carmine Fasulo. Em 1910, foi adquirido pelo colega Pe. Giovanni Fronchetti, que mudou o nome para Il Colono Italiano. Em 1917, os capuchinhos assumiram a edição do semanário e mudaram o nome para La Staffetta Riograndense.
No contexto da II Guerra Mundial, em 1941, o nome foi traduzido para Correio Riograndense. Além disso, a edição não pode mais conter textos em língua estrangeira – parte do jornal era em italiano. Em 1952, passou a ser editado em Caxias do Sul – até então era em Garibaldi.
Imprensa / Sindjors
