Uma ação deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira, dia 21, prendeu o delegado Omar Abud, da 17ª Delegacia de Polícia Civil, e o comissário de polícia aposentado Luiz Armindo de Mello Gonçalves. Os dois são suspeitos de financiar e oferecer proteção a uma quadrilha de receptação e roubo de carga com atuação na região metropolitana. Abud é o delegado que indiciou o jornalista Matheus Chaparini, do Jornal Já, preso enquanto cobria a ocupação estudantil da Secretaria da Fazenda (Sefaz), em maio de 2016.
Em coletiva nesta manhã, o sub-procurador Institucional de Justiça, Fabiano Dallazen, informou que a operação do Ministério Público começou em novembro do ano passado e atuou em conjunto a Polícia Civil, que já investigava uma quadrilha com atuação em Alvorada, Cachoeirinha e Triunfo. O MP e a Polícia Civil chegaram à quadrilha a partir de uma investigação focada no crime de lavagem de dinheiro, que descobriu que um supermercado em Alvorada estava sendo utilizado para esse fim e era abastecido com cargas roubadas.
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A operação foi deflagrada às 6h e prendeu Abud e Gonçalves em suas residências, em Porto Alegre. Outras três pessoas também estão sendo investigadas por envolvimento. Além disso, está sendo apurada a relação da quadrilha com uma facção criminosa, os Balas na Cara.
Dallazen salientou que a investigação foi dificultada pela expertise dos policiais em esconder provas. Eles teriam utilizado as estruturas da Polícia Civil em benefício próprio, mas não há informações de que outros agentes teriam participação no crime. O procurador afirmou que ambos estavam “no topo da quadrilha”.
Durante a operação, foram apreendidos quatro veículos e sequestrados três imóveis que, segundo Dallazen, são indícios de “renda incompatível” com os vencimentos dos agentes. Ambos receberiam parte dos lucros da quadrilha.
Fonte: Luís Eduardo Gomes e Milena Giacomini / Sul21
