O juiz Assis Leandro Machado, da 3ª Vara Cível da Comarca de Santa Cruz do Sul, concedeu ao deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS) uma liminar de busca e apreensão do jornal especial da CUT-RS contra a reforma da Previdência (PEC 287/2016) proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).
Um oficial de justiça esteve na manhã de quinta-feira, dia 2, na sede da entidade, em Porto Alegre. No entanto, os 100 mil exemplares impressos já tinham sido distribuídos aos comitês sindicais e populares, que estão sendo organizados em todo o Estado.
Conforme a decisão de Machado, a publicação deve ser retirada do site e das mídias sociais da entidade. A assessoria jurídica da CUT-RS vai recorrer para tentar cassar a liminar.
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Com quatro páginas, o jornal apresenta perguntas e respostas sobre os principais retrocessos da reforma da Previdência e traz as fotos dos deputados e senadores que apoiam o governo Temer no Congresso, com orientações aos trabalhadores: “acompanhe de perto as manifestações da bancada gaúcha que apoia o governo Temer e exija que votem contra a Reforma da Previdência. Se você entrar na luta, a Reforma não passa. Vamos juntos construir a Greve Geral”.
Para o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, trata-se de uma censura descabida ao trabalho de divulgação da entidade sobre o conteúdo nefasto da reforma da Previdência: “queremos exercer a liberdade de expressão e o nosso direito de informar sobre os malefícios que essa reforma do governo golpista de Temer quer impor aos trabalhadores, bem como pressionar os parlamentares para que se posicionem e votem contra essa proposta”.
“Após apoiar o golpe, o deputado quer contribuir para a censura? Isso é um absurdo, um retrocesso, um ataque contra a comunicação e contra a população”, lamenta o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS), Milton Simas.
Solidariedade
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a campanha Calar Jamais! divulgaram na sexta-feira, dia 3, uma nota na qual “repudiam esse episódio e se solidarizam com a luta dos trabalhadores contra a reforma da Previdência”.
“Seguiremos lutando pelo exercício da liberdade de expressão e do direito à comunicação”, ressalta o FNDC.
Fonte: CUT-RS